O chanceler alemão, Olaf Scholz, informou neste sábado que vai fornecer 1.000 armas antitanque e 500 mísseis para a Ucrânia. A Alemanha aprovou a entrega de 400 RPGs (granadas impulsionadas por foguetes, em português) da Holanda para a Ucrânia, disse o Ministério da Defesa alemão, confirmando uma mudança na política depois que Berlim enfrentou críticas por se recusar a enviar armas para Kiev, ao contrário de outros aliados ocidentais.
“A aprovação foi confirmada pela chancelaria”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa neste sábado (26). Os RPGs vêm de estoques dos militares alemães.
Horas antes de confirmar o envio de armamentos à Ucrânia, Scholz já tinha declarado que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não poupará esforços para defender todos os países que integram a aliança militar de eventuais ameaças russas.Scholz referia-se a outras nações, já que a Ucrânia não integra a Otan, embora seja considerada um país parceiro e, há anos, venha sinalizando a intenção de participar da aliança – movimento combatido pelo governo russo, que teme o aumento da influência dos Estados Unidos no leste europeu.
A Alemanha tem uma política de longa data de não exportar armas para zonas de guerra, enraizada em parte em sua história sangrenta do século 20 e no pacifismo resultante dela.
O primeiro-ministro da República Tcheca, Petr Fiala, também confirmou ajuda à Ucrânia. “O governo aprovou o fornecimento de armas para a Ucrânia. Enviamos metralhadoras, metralhadoras, rifles de precisão e pistolas e suas munições correspondentes no valor total de 188 milhões de coroas. Ao mesmo tempo, forneceremos transporte para um local escolhido pelos ucranianos. Estamos fazendo tudo o que podemos para ajudar a Ucrânia”, escreveu Fiala.
França e Holanda também anunciaram que enviarão armas para ajudar a Ucrânia a se defender da invasão russa, aumentando seu envolvimento na guerra iniciada há dois dias no país do Leste Europeu.
Na sexta-feira (25), a Polônia já tinha enviado à Ucrânia um comboio militar com armas e munições. O país, que faz fronteira com a Ucrânia, foi o primeiro a enviar ajuda para que os soldados ucranianos possam resistir ao avanço russo.
“O comboio com a munição que entregamos à Ucrânia já chegou aos nossos vizinhos. Apoiamos os ucranianos, somos solidários e nos opomos firmemente à agressão russa”, anunciou (https://twitter.com/mblaszczak), no Twitter, o ministro da Defesa polonês Mariusz Blaszczak. (ABr)
ALEMANHA X RÚSSIA: UM PASSADO DE SANGRENTAS BATALHAS
A entrada da Alemanha na Guerra da Rússia, ainda que a princípio apenas com o fornecimento de armas, retoma o passado de uma relação de hostilidade mútua. Na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha invadiu a Rússia (União Soviética, na época) e perdeu algumas históricas e importantes batalhas.
Dois anos após assinar o ”Pacto Germano-Soviético de Não-Agressão” , a Alemanhã nazista, deflagrou a Operação “Barbarossa”, considerada na época a maior operação militar germânica da Segunda Guerra Mundial. Leningrado foi atacada em agosto de 1941. Nos três “meses negros”, 400 mil habitantes locais trabalharam para construir as fortificações da cidade durante os combates, enquanto outros 160 mil se juntaram às fileiras do Exército Vermelho.
Em nenhum lugar, o espírito soviético ‘levée en masse’ (levante em massa) era mais forte para resistir aos alemães do que em Leningrado, onde as tropas de reserva e as unidades recentemente improvisadas de Narodnoe Opolcheniye, constituídas por batalhões de trabalhadores e até mesmo por formações de colegiais, juntaram-se para cavar trincheiras enquanto se preparavam para defender a cidade.
A Operação Barbarossa durou mais do que a Alemanha previu e eles perderam, embora não desistiram da Guerra. A batalha da Alemanha contra os soviétivos em Stalingrado é retratada no filme ‘Círculo de Fogo’, que apesar de não dar foco ao todo da batalhga e mais na história de um ‘sniper’, tem o evento histórico como fundo do enredo.
A Operação Barbarossa foi a maior operação militar na história humana – nunca tantos soldados, tanques, armas e aeronaves foram usados em uma única ofensiva. A invasão abriu a Frente Oriental da Segunda Guerra Mundial, o maior teatro de guerra durante esse conflito, e testemunhou confrontos violentos e destruição sem precedentes por quatro anos, que resultaram na morte de mais de 26 milhões de soviéticos. Mais pessoas morreram lutando na Frente Oriental do que em todas as outras batalhas em todo o mundo durante a Segunda Guerra Mundial. Os danos tanto para a economia quanto para a paisagem foram enormes para a União Soviética, já que cerca de 1 710 cidades e 70 mil aldeias foram totalmente destruídas.
Fontes: https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/invasion-of-the-soviet-union-june-1941;
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2022/02/26/ucrania-armas-paises.htm?foto=4;https://diariodopoder.com.br/exteriores/alemanha-franca-e-holanda-vao-enviar-armas-para-ucrania-se-defender