A decisão da prefeita Sheila Lemos e seu Comitê Gestor de Crise em adiar o retorno às aulas municipais, enfrenta protestos por parte de alguns pais. Nas redes sociais e grupos, também houve polêmicas.
Com o novo decreto, as aulas que começariam no dia 14 de fevereiro ficaram para o período entre 21 e 24 deste mês, apenas 10 dias além do anunciado.
“Estamos vivendo um momento muito delicado, quando a população está diante de uma dupla ameaça, da variante Ômicron do novo coronavírus, e do vírus H3N2, que transmite a Influenza”, disse Sheila.
“A taxa de contaminação está muito alta em todo o país e em nossa cidade, nos dois casos.”, diz a Prefeita
Segundo Sheila, a decisão da Secretaria Municipal de Educação e a rede privada de ensino em adiar as aulas na rede municipal e escolas particulares foi devido aos números dos últimos cinco dias, onde foram confirmados mais de 1.500 novos casos de Covid-19 e cinco mortes em Vitória da Conquista. A cada dia mais gente adoece e mais gente, infelizmente, pode morrer.
A decisão foi tomada de forma consensual, com os trabalhadores da Educação, segundo a Prefeita. No entanto, um grupo de pais de alunos esteve na abertura dos trabalhos da Câmara de Vereadores nesta terça para protestar contra a decisão da gestão Sheila Lemos. Para estes, o afastamento da escola está prejudicando o processo de aprendizado da leitura das crianças, evasão escolar e danos psicológicos. Os manifestantes acreditam que o seguimento de protocolos são suficientes para garantir o retorno e que estes 10 dias vão agravar mais os danos às crianças.
PROTESTO DE PAIS NA CÂMARA DE VEREADORES

Foto: TV Sudoeste
“Algumas pessoas protestaram e a gente até compreende. Há uma ansiedade natural e legítima pela normalidade em todos os setores. Pais e filhos estavam preparados para voltar às aulas, porém, o alto risco de contaminação pede um pouco mais de paciência”, respondeu Sheila.
Para os que fazem a analogia de entre o funcionamento de bares e das escolas a prefeita respondeu: “A escola é um ambiente de agrupamento prolongado, de interação física e não pode ser local de risco. É diferente do bar, do restaurante, do clube, onde a pessoa pode escolher ir (…) Vamos dar esse tempo de uma semana, para avaliarmos a situação”, disse a gestora em um vídeo divulgado nas redes sociais da Prefeitura.
“O mais importante é evitar adoecer. Os hospitais estão cheios. A vacinação avança, mas ainda tem muita gente que não se vacinou. Peço, mais uma vez, aos pais, aos estudantes, que procurem compreender a gravidade da situação. Vamos esperar um pouquinho mais. Vamos salvar vidas. Que Deus nos abençoe”, disse Sheila
Rede Pública Municipal:
21 e 22 de fevereiro, para o Ensino Fundamental I e II;
23 e 24 de fevereiro, para o Ensino Infantil.
Rede Privada:
07 a 11 de fevereiro, para o Ensino Infantil e Fundamental I;
14 a 18 de fevereiro, para o Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
Ensino Superior Privado:
21 de fevereiro de 2022
O infectologista, professor da UFSM e membro consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Alexandre Schwarzbold defende o retorno presencial, reforçando que em 2020, ano de início da pandemia, o cenário era completamente diferente, devido à falta de proteção vacinal em toda comunidade escolar, bem como falta de informação sobre a saúde das crianças. “Agora temos toda a população adulta vacinada e, provavelmente, a maior parte das crianças também estarão imunizadas contra o novo coronavírus até a segunda semana de início das aulas, dependendo da região do Brasil”, diz.
VACINÔMETRO INFANTIL
A SMS divulgou nesta terça o VACINÔMETRO, no entanto este ainda não apresenta os números da vacinaçaõ de crianças entre 05 e 11 anos no município. De acordo com dados da Sesab, Conquista tem um público-alvo estimado de 34.344 crianças entre 05 e 11 anos. Destes, 1,445 já receberama a primeira dose.
Com informações da SECOM/PMVC, SESAB e Revista Istoé