A Direção do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) divulgou à imprensa uma nota de repúdio direcionada à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Vitória da Conquista e ao Secretário Municipal do Gabinete Civil, Marcos Ferreira. De acordo com a nota, os mesmos “tentam eximir o Governo Municipal da responsabilidade de implantar e gerir o processo de vacinação contra Covid-19 no município, culpabilizando o HGVC e outras Unidades Hospitalares da cidade” e acusa Marcos Ferreira, que também é comentarista na Rádio Band FM, de utilizar-se da tribuna “para acusar a direção do HGVC de estimular desordem na vacinação, transformando em agenda política ações que deveriam ser de política de saúde pública”.
O HGVC denunciou ainda que a Prefeitura de Conquista está privilegiando funcionários de unidades da rede privada, “independente de serem ou não linha de frente tiveram acesso à vacinação”.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA
O Hospital Geral de Vitória da Conquista ( HGVC) vem por meio da presente nota repudiar as reclamações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Vitória da Conquista e do Secretário Municipal do Gabinete Civil, Marcos Ferreira, que tentam eximir o Governo Municipal da responsabilidade de implantar e gerir o processo de vacinação contra Covid-19 no município, culpabilizando o HGVC e outras Unidades Hospitalares da cidade. O referido Secretário, também radialista, utilizou-se da tribuna para acusar a direção do HGVC de estimular desordem na vacinação, transformando em agenda política ações que deveriam ser de política de saúde pública.
O HGVC, desde o início da pandemia, foi instituído como principal unidade de referência no atendimento aos pacientes com sintomas graves do Covid-19. Para atender à crescente demanda de internações, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) implantou mais de 30 leitos de UTI dedicados aos pacientes Covid. Sendo assim, o HGVC passou a ter 40 leitos desse tipo, além de uma ala nova na emergência, também direcionada a esse perfil de paciente. Diante dessa ampliação, o HGVC teve um súbito aumento de sua equipe multiprofissional, todos diretamente envolvidos no trato com pacientes Covid-19.
A equipe do HGVC conta, atualmente, com mais de 2.200 colaboradores. Infelizmente, a quantidade de doses recebidas pela Secretaria Municipal de Saúde ( SMS) é insuficiente para atender à atual demanda de vacinação dos profissionais de saúde, que requer um eficiente planejamento estratégico da gestão municipal para priorizar a vacinação dos grupos de maior risco.
A Direção do HGVC, em consonância às orientações da Sesab e ao acordado em reunião com a SMS, enviou uma lista nominal dos profissionais que estão na linha de frente. No entanto, no local da vacinação, os técnicos da SMS não dispunham de qualquer instrumento para verificação imediata das listas das Unidades Hospitalares da cidade. Portanto, não obteve êxito na ação de controle do grupo autorizado.
Repudiamos as acusações dos Secretários Municipais de Vitória da Conquista, sendo que o HGVC foi o hospital que proporcionalmente menos vacinou sua equipe, apesar da importância que vem assumindo perante toda a pandemia.
A Direção do HGVC vem conversando com sua equipe de forma a atenuar o grande sentimento de frustração e indignação que se instaurou no corpo de funcionários da unidade, posto que a maior parte destes não serão contemplados nesta etapa da vacinação, e sequer conhecem o calendário das próximas etapas. Aproveitamos o ensejo para levantar o questionamento em relação ao fato de que em unidades da rede privada, funcionários, independente de serem ou não linha de frente tiveram acesso à vacinação.
PROFISSIONAIS DE SAÚDE RELATAM PROBLEMAS
Desde que vacinação contra a Covid-19 iniciou em Vitória da Conquista no último dia 19, já foram relatadas muitas queixas de profissionais de saúde do Hospital de Base que não estariam conseguindo se vacinar mesmo em posse de uma declaração de que atuam na área da saúde.
Segundo informações levantadas pela equipe do Blog do Redação, enquanto alguns trabalhadores da saúde estão chegando nas filas antes das 4h:00 da manhã, outros profissionais da área da saúde na cidade haviam falsificado a declaração que comprovam seu na linha de frente de combate a Covid-19 e haviam portanto, recebido a vacina de maneira injusta.
Sobre o assunto, a Secretaria de Comunicação do Município (SECOM) disse que na última terça-feira (19), houve uma reunião com a rede hospitalar para informar e orientar sobre todo o processo em relação à estratégia de vacinação dos profissionais da linha de frente, que fazem o atendimento de paciente com a Covid-19. No entanto, algumas instituições que participaram dessa reunião não cumpriram com as orientações definidas pela Secretaria de Saúde e encaminhou funcionários que não são da linha de frente para vacinação. As denúncias recebidas pela SMS foram feitas pelos próprios diretores dessas instituições.
Além disso, segundo a prefeitura, foi apurado que uma das instituições encaminhou seus funcionários com declarações carimbadas e assinadas por profissionais que não estavam autorizados a emiti-las, conforme o que foi pactuado na reunião.
A SMS esclareceu, ainda, que não possui controle dos profissionais que trabalham dentro da rede hospitalar pois ficou a cargo de cada instituição a responsabilidade de encaminhar apenas os profissionais que estão atuando na linha de frente do combate à Covid-19.
“Os fatos já foram apurados, a instituição em questão foi identificada e convocada para uma reunião, a fim de ajustar a vacinação desta rede, e de fazer as notificações necessárias para que a vacinação ocorra dentro do que foi planejado para o município, respeitando todas as fases da campanha”, disse a Prefeitura.