Funcionários da ATUV em Vitória da Conquista são acusados do crime de transfobia
A estudante Luna Glaskov, uma mulher trans, prestou queixa na delegacia de Vitória da Conquista, alegando ter sido vítima de transfobia durante um atendimento na Associação das Empresas do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Vitoria da Conquista (Atuv), órgão administrado pela Prefeitura.
Segundo Luna, três funcionários da Atuv desrespeitaram a adequação civil que garante a ela a mudança de gênero e também a mudança do nome social, tratando-a reiteradamente com os pronomes senhor e ele. Luna afirmou ainda que solicitou a presença do gerente, mas que este apoiou a atitude dos outros funcionários, também a tratou com pronomes masculinos e ainda chamou os seguranças para retirá-la do local.
Um boletim de ocorrência na Delegacia (Disep) foi registrado e Luna foi também buscar orientação jurídica e assistência psicológica no Centro Integrado de Direitos Humanos (CIDH).
“A gente dialogou no sentido de dar condição de apoio, informando também que nós vamos ouvir a empresa envolvida para saber qual o conhecimento da política LGBT que os funcionários têm e informá-los sobre os decretos municipal, estadual e federal que garantem as pessoas a utilização do nome social – o que não é o caso dela, porque ela já fez a adequação civil há cerca de três anos. Então ela tem um nome na carteira de mulher, ou seja, deve ser tratada como mulher trans, como ela se apresentou”, disse José Mário Barbosa, coordenador de Políticas LGBT.
O encontro foi acompanhado pela coordenadora administrativa da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), Jamilly Santos, que ouviu o relato da usuária do sistema de transporte público e informou que, ao ter ciência do ocorrido, a Semob entrou em contato com a gerência da Atuv para que todos os fatos sejam apurados e as pessoas envolvidas no episódio responsabilizadas.