Médicos do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), por meio do Centro de Desenvolvimento de Ensino e Pesquisa (Cedep), participam no próximo dia (30/10) de palestra sobre alternativas à transfusão de sangue em pacientes da religião Testemunhas de Jeová. A discussão será conduzida pela Comissão de Ligação com Hospitais (Colih). O objetivo é promover o diálogo entre profissionais de saúde sobre pacientes com crenças específicas, para ampliar o conhecimento de técnicas, com tratamento de qualidade, fortalecendo a confiança e o acolhimento para essas pessoas.
A discussão é oportuna, pois recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu que a liberdade religiosa de uma pessoa justifica o tratamento de saúde diferenciado nos serviços públicos. Ou seja, por convicção religiosa é legítimo recusar uso de transfusão de sangue em procedimentos médicos. As palestras serão ministradas às 19h30, no Auditório do Complexo Integralidade do HSPE, na Av. Ibirapuera, 1215 – 3º andar, por Juan Carlos, médico do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE/Iamspe), Fernando Forster, presidente da Colih São Paulo-SP e Guilherme Rabello, diretor de inovação Instituto do Coração FMUSP.
De acordo com os especialistas da Colih, o gerenciamento do sangue do paciente PBM – PatientBlood Management –, promovido pela OMS, é um conceito centrado no paciente, sistemático e baseado em evidências, que visa melhorar os desfechos clínicos por meio da gestão e preservação do próprio sangue do paciente, promovendo a segurança do paciente. Este conceito envolve a aplicação oportuna e multidisciplinar de práticas médicas e cirúrgicas baseadas em evidências, com foco em três pilares principais: (1) triagem, diagnóstico e tratamento adequado da anemia; (2) minimização de perdas sanguíneas cirúrgicas e (3) suporte ao paciente enquanto o tratamento apropriado é iniciado.
Para Juan Carlos Montano, médico do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE/Iamspe), a importância deste tipo de encontro está no compromisso com as liberdades mantendo sempre a qualidade do atendimento. “O maior conhecimento sobre as evidências científicas relacionadas à eficácia das transfusões de sangue e ao Gerenciamento de Sangue do Paciente (PatientBlood Management – PBM) pode ajudar a comunidade médica a superar dilemas éticos. Isso contribui para a conscientização de que é possível respeitar o princípio bioético da autonomia do paciente, tão importante para ele, enquanto se contemplam os princípios bioéticos de não maleficência e beneficência, tão fundamentais para os médicos”, explica.
Fernando Forster, presidente da Colih São Paulo-SP, ressaltou que as Testemunhas de Jeová valorizam a ciência médica e, por uma escolha consciente, elas se esforçam para obter tratamento médico de qualidade, sem transfusões de sangue.
“Desejamos colaborar trazendo informações atualizadas, extraídas da literatura médica, que poderão auxiliar na implementação de estratégias que evitam as transfusões de sangue. A experiência tem mostrado que uma combinação de diferentes estratégias pode contribuir para os melhores resultados, incluindo vantagens em termos de custo-benefício”, explicou ao destacar o papel da Colih no empenho de promover uma boa comunicação entre médicos e pacientes.
Sobre o Iamspe
O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) é o sistema de saúde do servidor público estadual. Com uma rede de assistência própria e credenciada presente em mais de 160 municípios, o Iamspe oferece atendimento a 1,3 milhão de pessoas, entre funcionários públicos estaduais e seus dependentes.
São mais de duas mil opções de atendimento no Estado, incluindo hospitais, clínicas de fisioterapia, médicos e laboratórios de análises clínicas e de imagem, além de postos de atendimentos próprios no interior, os Ceamas, e o Hospital do Servidor Público Estadual, na Capital. O Iamspe é um órgão do Governo do Estado de São Paulo, vinculado à Secretaria de Gestão e Governo Digital.