A rodada de maio da pesquisa XP-Ipespe mostra manutenção do cenário de polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula na disputa pelo Palácio do Planalto em 2022. Na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes dos candidatos, ambos oscilaram um ponto para cima — Bolsonaro agora tem 25% e Lula, 21%.
No cenário estimulado, os dois permanecem empatados, com 29% cada — Lula manteve o mesmo percentual de abril, e Bolsonaro oscilou um ponto para mais. Eles são seguidos por Ciro Gomes (9%) e Sérgio Moro (8%).
O movimento de recuperação ocorre em meio a uma nova rodada de pagamento do auxílio emergencial, que beneficiou 39,1 milhões de famílias em abril, e ao recuo nas mortes registradas no país em razão da Covid-19 – embora ainda em patamares elevados. A média móvel de óbitos provocados pela doença nos últimos sete dias chegou a 2.087 ontem (10), no menor patamar desde 17 de março.
A pesquisa XP/Ipespe, realizada entre os dias 4 e 7 de maio, mostra que 29% dos brasileiros avaliam o atual governo como ótimo ou bom – o que corresponde a uma oscilação ascendente de 2 pontos percentuais em comparação com levantamento feito no mês anterior.
O empate técnico entre Lula e Bolsonaro também persiste no segundo turno. O petista mantém seus 42%, mas vê Bolsonaro se aproximar, oscilando de 38% para 40%, dentro da margem de erro.
Em outros cenários de segundo turno, Bolsonaro permanece em empate técnico, mas numericamente à frente de Ciro (39% a 38%), Moro (32% a 30%) e Luciano Huck (38% a 34%). Ele venceria Guilherme Boulos e João Doria por 40% a 31%. Em todos esses cenários, Bolsonaro teve oscilação positiva, dentro da margem de erro, em sua intenção de voto.
Um eventual segundo turno entre Lula e Moro também registra empate técnico, com 40% para o petista e 37% para o ex-juiz
A melhora nos índices de popularidade de Bolsonaro ocorreu sobretudo entre os eleitores da região Nordeste (de 20% para 26%), com ensino fundamental (de 23% para 26%) ou médio (29% para 32%) e renda familiar mensal de até dois salários mínimos (de 25% para 29%). Neste caso, porém, por se tratar de segmentos da amostra, as oscilações são mais comuns.
O levantamento também mostra oscilação positiva, de 33% para 35%, do grupo de eleitores que aprovam a maneira de Bolsonaro administrar o país. No mesmo período, os que desaprovam foram de 60% para 58% – mesma marca de junho do ano passado, quando foi iniciada a série histórica para esta pergunta.
A pesquisa XP/Ipespe também mostra um crescimento, de 23% para 26%, do grupo de eleitores que consideram que a economia está no caminho certo. Os que pensam o contrário oscilaram de 65% para 63% no último mês.
Vale destacar, que, questionados sobre a condução da economia no pós-pandemia, 65% dos entrevistados defendem que a política econômica seja alterada, ampliando os investimentos do governo para que o país volte a crescer. Apenas 25% apoiam a manutenção do programa atual, com foco em reformas e maior participação de empresas privadas na retomada da economia.
Apesar da melhor percepção do eleitorado sobre a crise sanitária, o grupo que avalia como ruim ou péssima a atuação de Bolsonaro no enfrentamento ao novo coronavírus se manteve em 58% – ao passo que os que classificam positivamente a conduta do presidente somam 22%.
O levantamento também ouviu as impressões dos entrevistados sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, instalada há duas semanas pelo Senado Federal. Ao todo, 70% tomaram conhecimento do fato e 67% aprovam a criação do colegiado – enquanto 17% desaprovam.
Os eleitores, porém, estão divididos quanto ao êxito dos trabalhos: 46% acreditam que a comissão atingirá seu principal objetivo, enquanto 45% não esperam que isso ocorra. Os percentuais, neste caso, consideraram apenas aqueles que sabiam da instalação da CPI.
Ainda neste grupo, 45% entendem que o principal objetivo da comissão é apurar as ações e falhas do governo federal no enfrentamento da pandemia. Outros 35% veem como missão maior investigar irregularidades em contratos, fraudes em licitações e eventuais desvios no uso de recursos públicos pelos estados e municípios. Apenas 13% apontam os dois objetivos em igual medida.
Segundo a pesquisa, 38% dos eleitores concordam com a avaliação de que o principal objetivo da CPI da Pandemia é atacar o governo Bolsonaro. Outros 52% discordam.
Fontes: Veja e InfoMoney