A Polícia Federal faz na manhã desta segunda-feira uma nova operação contra o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT). Na ação de hoje, denominada Monograma, a PF cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao petista – entre eles o apartamento onde mora – e visa o combate à lavagem de dinheiro e crimes eleitorais .
Desdobramento da Operação Acrônimo, da qual o ex-governador já foi alvo outras vezes, a Monograma tenta elucidar a suspeita de crimes eleitorais nos quais empresas de consultoria teriam simulado a prestação de serviços para o recebimento de vantagens ilícitas em valores superiores a R$ 3 milhões.
A PF se baseia na colaboração premiada do empresário Benedito Rodrigues, conhecido como Bené. De acordo com ele, , os valores recebidos vieram de atuação do ex-governador em favor de uma empresa do Uruguai.
Ao G1, a defesa de Pimentel afirmou que a ação causa estranhamento, uma vez que a Operação Acrônimo “já adotou todas as medidas possíveis” e se refere a fatos de 2014.
Réu em processos
Em 2017, ele foi acusado de tráfico de influência e lavagem de dinheiro por suspeita de agir em benefício da empresa JHSF para conseguir recursos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para construção de um aeroporto no interior de São Paulo.
Pimentel teria ajudado a empreiteira enquanto ocupou o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), entre 2011 e 2014, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
O petista também é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em processos que tratam de iniciativas que favoreceram a empreiteira Odebrecht e a empresa Caoa, no âmbito do Mdic. As duas teriam utilizado o operador financeiro de Pimentel, Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, para viaibilizar o pagamento de propina em troca dos benefícios.
Em delação premiada, Bené disse que o governador de Minas cobrou R$ 5 milhões em propina do grupo JHSF, responsável pelo aeroporto Catarina, em São Roque, na Região Metropolitana de São Paulo. O valor teria sido usado como compensação pelo lobby que Pimentel fez para que o grupo pudesse operar no aeroporto.
Pimentel , foi denunciado quatro vezes pela Procuradoria-Geral da República no Superior Tribunal de Justiça ( STJ ), a última em 2018. Em março deste ano, o ex-governador se tornou réu no processo. Porém, ao deixar o governo e ficar em imunidade, seus processos foram enviados à primeira instância. Ele é réu em outros dois processos.
Em julho deste ano, Pimentel e Bené foram convocados para interrogatório na Justiça.
Operação Acrônimo
A Operação Acrônimo teve início em maio de 2016 e mirou empresários que doaram para partidos políticos na campanha de 2014. O principal alvo foi Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, dono de gráfica em Brasília, uma das quatro pessoas presas na primeira ação.
Fonte: O GLOBO