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Relato de uma mãe: “Fui vítima de violência obstétrica em Paulo Afonso-BA”

By jefferson dev9
21/11/2017
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(Foto: Istock)

A violência obstétrica é um grave problema presente na sociedade, que ocorre tanto em hospitais particulares como públicos. e que Infelizmente, ainda hoje é um tabu, mesmo em meio as redes sociais e canais de denúncias, sendo pouco falado, pela vergonha ou falta de consciência das pacientes, que mesmo violadas, não conseguem enxergar as ações de violência diante da grande dificuldade e dor tão naturais e presentes no momento do parto.

Segue abaixo um desabafo emocionante de Michele Gomes, que foi divulgado nas redes sociais e que traz consigo o reflexo de muitos outros casos desse tipo de violência que são ainda hoje, poucos divulgados e que merecem a devida atenção:

No dia 11/11/2017 minha bolsa rompeu às 3h30min.
Aguardei até 8h e fui a maternidade do hospital Nair Alves de Souza em Paulo Afonso-BA.
Chegando lá, o médico me examinou e pediu para eu aguardar em casa as contrações, mesmo sabendo que a cada dor que eu sentia, perdia líquido amniótico, o que pode causar uma infecção fetal. Também, não me garantiu vitalidade fetal.
Retornei a maternidade às 17:30h. O médico fez pouco caso, mas me internou porque, segundo ele, “já era a segunda vez que eu tinha ido lá”. Pediram para minha mãe, minha acompanhante, ir embora e aguardar notícias, mesmo sabendo que, conforme a Lei nº 11.108 de 07/04/2005, eu tinha direito a acompanhante no âmbito do SUS.
Começaram a induzir meu parto com comprimidos. Começaram as contrações. A cada dor, eu perdia mais líquido. Meu bebê estava ficando cada vez mais sufocado. A equipe de enfermagem, que fica fora da sala, só me atendia quando era solicitada e na segunda vez que eu chamava, mesmo com tantas dores, eu precisava me deslocar até a recepção. Eu pedi “me ajuda a tomar um banho quente!”, a auxiliar de enfermagem, debochando disse: “Mãezinha, pra tomar banho não precisa de ajuda!”. Durante uma contração, deixei o absorvente cair, em resposta, ela me disse que eu tinha que segurá-lo. Certamente porque não poderia ter o trabalho de chamar alguém da limpeza. Na indução dos comprimidos, senti dor, até porque é um local sensível, a enfermeira disse: “Você sabe que seu filho vai sair por aí, não é?”. Acredito que a questão da humanização deveria ser bem trabalhada nos profissionais da saúde. E o trabalho por amor é mais gratificante que o trabalho por dinheiro, com tantos trabalhos, é interessante buscar um onde o bem-estar em acima do salário mensal.
Enfim começou a dilatação. De 1cm e evoluiu até 8cm. Uma auxiliar de enfermagem começou a me ajudar na expulsão do bebê. Até o ponto que conheço, sem desmerecer a auxiliar de enfermagem, ela não poderia fazer isso sozinha, conforme descrito no Parecer Coren – BA Nº 022/214.
E o médico onde estava?
Confesso que não o vi mais desde minha internação. Deste modo, não posso aqui imaginar onde estava presente.
Mas, bendito é Deus sobre todas as coisas!
Surgiu um enfermeiro, calmo e paciente, que no auge de minha dor e sofrimento, me ajudou – me disse, posteriormente, uma enfermeira, que ele não fez mais do que a obrigação dele. Porém, para mim, ele foi muito mais competente do que as palavras dela e o suposto médico que “me abandonou”.
Esse enfermeiro chamou ligeiramente um outro médico do plantão, que, abençoado, viu que eu não tinha condições de ter um parto normal. Reuniu ligeiramente a equipe médica e em minutos meu bebê nasceu por meio de uma cesariana, isso, às 23h24min, depois de 8h de perca de líquido e muito sofrimento. Com tanto sofrimento, sem força, com medo, assustada… eu ainda ouvi: “Vou tentar salvar a vida desse bebê, não sei consigo”. Sabe aquela dor física? Passou. A dor emocional foi capaz de superá-la.
Quando ouvi o chorinho, fraco e angustiante de meu bebê, a paz retornou. Mas começou um novo processo de sofrimento: ele foi direto para a incubadora, roxinho e fraco.
Fiquei 20h sem vê-lo, para mim, uma eternidade. Quando o vi, me desesperei. O coração de mãe ficou em pedaços ao vê-lo naquela situação. Mas suportei. Meu bebê é forte. Ele saiu daquela situação que aconteceu por NEGLIGÊNCIA MÉDICA.
Esse é apenas o meu relato, mas tem muitas mães na mesma situação em Paulo Afonso. Eu tive o meu presente e quem perde?

O caso de Michele ilustra uma situação que é muito frequente e pouco divulgada ainda hoje no Brasil.

Uma pesquisa, realizada pela Fundação Perseu Abramo em 2010, constatou que 25% de mulheres tiveram o parto por vias naturais, nas redes privada e pública, sendo que uma a cada quatro dessas mulheres declararam ter sofrido violência obstétrica.

Outro ponto que pode vir a ocorrer após a violência obstétrica é a depressão pós-parto, que hoje atinge mais de 25% das mães, segundo uma  pesquisa da Fundação Oswaldo Nunes (Fiocruz) realizada com 23.896 mulheres no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê.

(Imagem: Ilustração Google)

A denúncia deve ser incentivada por parte das mães que foram vítimas desse tipo de agressão física e verbal, para que estes casos não saiam impunes, e que para aos poucos a sociedade tenha ciência dessas ações e tome medidas adequadas, dignas e humanas para com estas mães que deveriam receber destes “profissionais” ao invés de traumas e desespero, zelo, carinho e atenção para que as futuras mamães, nesse momento tão especial sintam-se realizadas diante do nascimento.

Locais para denúncia e proteção contra a violência obstétrica (Imagem: Site Avoador)

 
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