As operações da companhia aérea Voepass, antiga Passaredo, foram canceladas em oito cidades do Nordeste, incluindo Vitória da Conquista (BA). A empresa havia descontinuado os serviçose m março do ano passado, retornou no início deste ano e agora cancela novamente.
Outros destinos movimentados como Natal (RN), Mossoró (RN), Porto Seguro (BA), Campina Grande (PB), Fortaleza (CE), Juazeiro do Norte (CE) e Aracati (CE) também foram desativados. O impacto é extenso: 90% das rotas da empresa na região foram extintas, restando apenas a ligação entre Recife e Fernando de Noronha, segundo informações do Diário do Nordeste.
Além das mudanças na malha aérea, o encerramento das rotas resultou na demissão de dezenas de funcionários de solo, espalhados por diversos estados do Nordeste. No Rio Grande do Norte, cinco trabalhadores perderam o emprego. A decisão da Voepass em reduzir as operações na região faz parte de um plano de reestruturação após o trágico acidente aéreo de 9 de agosto, que deixou 62 vítimas fatais em Vinhedo, São Paulo. O acidente gerou comoção nacional, e entre as vítimas estavam dois potiguares, um de Mossoró e outro de Parnamirim, que retornavam do Paraná.
Reestruturação e implicações
A Voepass anunciou as mudanças em um contexto de recuperação após o acidente, com foco em ajustar a frota e a logística de rotas. A queda da aeronave representou uma perda significativa de recursos para a empresa, que precisou rever sua atuação em diversas regiões do país. Segundo a nota divulgada após o acidente, a retirada de cidades da malha aérea foi uma das alternativas encontradas para manter a sustentabilidade do negócio.
Impacto no setor e para os passageiros
A suspensão das atividades da Voepass em cidades nordestinas levanta questionamentos sobre o futuro do transporte aéreo regional. Em muitos desses locais, como Mossoró e Juazeiro do Norte, a companhia era uma das poucas opções de voo. A saída da Voepass reduz a mobilidade para milhares de passageiros que dependiam dos voos para deslocamentos entre capitais e cidades interiores.
Desafios e perspectivas
A medida reflete os desafios das companhias aéreas de médio porte em manter operações lucrativas, especialmente após crises como acidentes e aumento nos custos operacionais. Por outro lado, a decisão levanta a expectativa de que novos concorrentes possam ocupar o espaço deixado pela Voepass, oferecendo alternativas de voos regionais, mas, até então, não houve anúncio de novas companhias interessadas.
Com o Nordeste ainda em plena retomada turística, a restrição de rotas e o consequente impacto na circulação entre cidades e capitais exigem atenção para as implicações no setor, que precisa de suporte para oferecer mobilidade segura e acessível.