Peru: Protestos contra aumento dos combustíveis com 04 mortos. Governo decreta decretou estado de emergência e suspende direitos
O aumento dos combustíveis no Peru não está tendo a mesma aceitação por parte da população e caminhoneiros como acontece no Brasil. O primeiro-ministro do Peru, Aníbal Torres, afirmou nesta terça-feira (5) que o toque de recolher obrigatório em Lima, com o objetivo de conter protestos violentos, por conta do aumento nos preços de combustíveis e fertilizantes também poderá ser estendido para o interior do país caso os distúrbios não se encerrem.
A manifestação já deixou quatro mortos. Outras 20 pessoas foram detidas.
Os protestos e bloqueios começaram em 28 de março em resposta ao aumento dos preços dos combustíveis. Inicialmente, foram mobilizados por caminhoneiros, mas ganharam força com a adesão de trabalhadores de outras áreas, como agricultores.
As restrições começaram às 2h desta terça-feira e vão até as 23h59 (hora local).
“O Conselho de Ministros aprovou a declaração de imobilidade dos cidadãos das 02h00 da manhã até às 11h59 da noite de terça-feira, 5 de abril, para proteger os direitos fundamentais de todas as pessoas, o que não impedirá a prestação de serviços essenciais”, disse o presidente do Peru, Pedro Castillo, em um discurso pouco antes da meia-noite.
Os protestos representam uma dura realidade para a Presidência, em apuros, do esquerdista Pedro Castillo, que venceu as eleições no ano passado.
Em seus oito meses no cargo, Castillo sobreviveu a duas tentativas de impeachment e trocou inúmeros membros de seu gabinete.
Vários incidentes violentos, incluindo a queima de pedágios de rodovias, saques de lojas e confrontos entre manifestantes e policiais, ocorreram em diferentes áreas do Peru na primeira greve desse tipo enfrentada pelo governo de Castillo.
O governo respondeu neste fim de semana com uma proposta para eliminar a maioria dos impostos sobre combustíveis na tentativa de baixar os preços, ao mesmo tempo em que aumentou o salário mínimo em quase 10% para 1.205 soles por mês, cerca de R$ 1.500.