Enquanto a cidade de Vitória da Conquista vive o drama do aumento de óbitos e de contaminados com a Covid-19, o prefeito Herzem Gusmão (MDB) ganha destaque na mídia soteropolitana debochando e fazendo críticas aos decretos prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que visam a reabertura gradual do comércio com regras de distanciamento social.
Durante entrevista em uma rádio de Salvador, o prefeito ironizou e criticou as regras da prefeitura ao contar uma situação vivida por ele na capital. “Eu cheguei num lugar e pedi duas empadinhas e um suco de umbu. Quando eu peguei o suco de umbu num copo a moça disse: não, o senhor não pode comer aqui. Eu disse meu Deus eu vou comer aonde? Na escada rolante? Descendo a escada rolante comendo ou então ficar andando no Shopping e comendo. Não tem sentido”, afirmou, em entrevista a uma rádio local.
Seguindo o discurso populista do Presidente Bolsonaro, o prefeito de Conquista demonstrou, pelos comentários, ser contra regras de isolamento social para diminuir o contágio e as mortes. “Salvador tomando medidas extraordinárias e morrendo tanta gente. Salvador já morreram quase 1.900 pessoas e com tanto isolamento (…) Salvador com toda essa dureza, praias que estão todas fechadas, e está morrendo gente. Cadê Azitromicina, a Cloroquina, a Ivermectina, o Zinco, a Vitamina D?”, questionou.
Sesab não recomenda Cloroquina
A Sesab emitiu orientações sobre uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 desde o mês passado. De acordo com os documentos, a Sesab não recomenda que a cloroquina / hidroxicloroquina seja utilizada para tratamento ou prevenção da Covid-19 em qualquer contexto que não seja de um estudo de ensaio clínico. A pasta ainda reforça que, até o momento, não existem medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento ambulatorial da Covid-19 com eficácia cientificamente comprovada.
O governo da Bahia se respalda nas manifestações da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É levado em conta ainda que efeitos adversos potencialmente graves foram relatados em pacientes com Covid-19 que usaram cloroquina / hidroxicloroquina, associadas ou não com azitromicina.
O secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, pontua que o Comitê Estadual de Emergência em Saúde Pública recomenda aos gestores públicos que não estabeleçam protocolos com uso dessas medicações e que não gastem recursos públicos com uso desses medicamentos que não tem eficácia comprovada. “Os gestores poderão ser objeto de uma ação de órgão de controle por estarem destinando recursos de outras áreas que poderão fazer falta no combate ao coronavírus”, alerta o Secretário.
A Sesab destaca que o Estado continuará fornecendo tais medicações para os municípios e/ou unidades de Saúde da Bahia, para o uso autorizado e recomendado pelas autoridades sanitárias competentes. Reitera-se que estas são as recomendações informadas por evidências disponíveis até a presente data e estão sujeitas a revisão mediante novas publicações e estudos científicos, durante a vigência da pandemia.
Acesse os documentos na íntegra:
Nota Técnica COE Saúde nº 76 – Recomendações quanto ao uso de terapias medicamentosas não aprovadas cientificamente e não regulamentadas para o tratamento da Covid-19
Nota Técnica COE Saúde nº 77 – Novas orientações sobre uso compassionado da Hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19
Com informações do site Metrópole