O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) emitira nesta sexta-feira (06), uma nota conjunta em solidariedade à jornalista Indhira Almeida, vítima de ofensas e ataques por parte da campanha do prefeito e candidato Herzem Gusmão (MDB) no horário político eleitoral da televisão da noite de ontem (06).
A jornalista teve sua imagem exposta pelos adversários e foi repetidamente chamada de mentirosa por ter divulgado um áudio vazado em que o prefeito preferia palavrões e dizia ser contra a instalação da Policlínica em Conquista. No mesmo material exibido pela coordenação da campanha de Herzem, a gravação vazada dos bastidores do programa Agito Geral (Transamérica FM), foi usada para reafirmar a posição de Herzem contra o presidente do Consócio, José Henrique Tigre, prefeito de Belo Campo, confirmando então a autenticidade da gravação.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA DO SINJORBA/FENAJ
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se solidarizam com a colega Indhira Almeida, que foi injustamente chamada de mentirosa na propaganda eleitoral do candidato Herzem Gusmão, nesta quinta (05).
Indhira, como apresentadora do programa do candidato José Raimundo, adversário do atual prefeito, está exercendo sua profissão, como qualquer outro apresentador de qualquer outra campanha política. Ao atacar individualmente a jornalista pelo conteúdo da mensagem levada ao ar durante a propaganda eleitoral gratuita, a campanha do candidato Herzem Gusmão cometeu um ato injusto, irresponsável, mesquinho e covarde. Postura que também revela incapacidade.
Injusto porque ela não expressou opinião pessoal. Irresponsável porque expõe a profissional que está trabalhando. Mesquinho porque atira contra o elo mais fraco nessa disputa política. Covarde porque aproveita-se do fato de ser uma mulher no vídeo, taxada vergonhosamente de mentirosa por fatos que ela não inventou. E incapaz, o único adjetivo que encontramos para qualificar quem não consegue distinguir discurso militante de locução profissional.
Entre 1º de janeiro de 2019 e 30 de junho de 2020, a Fenaj identificou mais de 500 ataques aos jornalistas e ao jornalismo no Brasil. Uma escalada que cresce, com o incentivo de autoridades com mandato, que deveriam zelar pela Constituição Federal, mas que rasgam a Carta Magna sem qualquer espírito ou compromisso público. Só temos a lamentar que uma cidade da importância de Vitória da Conquista entre no mapa das agressões a profissionais de comunicação após a atitude da campanha acima citada.
Moacy Neves – Presidente do Sinjorba
Maria José Braga – Presidente da Fenaj