A Justiça de São Paulo determinou a prisão temporária de Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Paulo Galo, por suspeita de participar do incêndio à estátua do Borba Gato, em Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo, no último sábado (24). A prisão foi anunciada pouco depois de ele se apresentar ao 11º Distrito Policial e afirmar que participou do ato com objetivo de abrir o debate sobre o bandeirante Borba Gato.
Gessica de Paula da Silva Barbosa, esposa de Paulo, também teve a prisão temporária determinada, mas segundo a defesa, ela não participou do ato em frente à estátua. A polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do casal.
“Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres”, afirmou Paulo.
Bandeirantes como Borba Gato desbravaram territórios no interior do país e capturaram e escravizaram indígenas e negros.
Segundo historiadores, muitos mataram índios em confrontos que acabaram por dizimar etnias. Também estupraram e traficaram mulheres indígenas, além de roubar minas de metais preciosos nos arredores das aldeias, conforme o livro “Vida e Morte do Bandeirante”, de Alcântara Machado.
O advogado André Lozano, que atua na defesa do casal, afirmou que no depoimento, Paulo admitiu ter participado do ato e que vai continuar preso. Ele deve passar pelo IML e seguir para a carceragem do 2º Distrito Policial. Gessyca deve ser levada pra o 89º Distrito Policial, segundo o advogado.
Além de Paulo, Danilo Oliveira também compareceu à delegacia de forma espontânea e assumiu sua participação no ato, mas não há pedido de prisão contra ele.
No domingo (25), a Justiça concedeu liberdade provisória para outro homem suspeito de envolvimento no incêndio. O suspeito teria dirigido o caminhão, que foi identificado e apreendido pelos policiais. Ele responde pelo crime de associação criminosa e por causar incêndio, expondo a perigo o patrimônio de outra pessoa. O homem também é acusado de ter adulterado a placa do caminhão usado na ação. (G1)