Ampliação do Complexo de Escuta Protegida prevê delegacia, IML e psicólogos
“Faça bonito: escutar é proteger”, com este tema, foi lançada oficialmente, nesta quinta-feira (18), a Campanha Municipal de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O evento foi no Centro Integrado dos Direitos da Criança e do Adolescente (CIDCA), com a partipação da prefeita Sheila Lemos, secretários, autoridades da segurança pública da Bahia e Ministério Público.
Durante a coletiva de imprensa, nosso blog questionou às autoridades policiais presentes, sobre o que está sendo feito para humanizar o atendimento das vítimas no IML, tendo em vista que parentes de crianças e adolescentes abusadas, queixam-se de despreparo por parte de peritos do sexo masculino, no momento de fazer o exame de corpo de delito.
Em entrevista exclusiva à nossa reportagem, a delegada Christie Correia, da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), informou que na semana passada, o município promoveu um curso de capacitação de escuta protegida. “Inclusive eu fiz também este curso. Nós da DEAM, fazemos também uso do Complexo de Escuta Protegida. Neste curso estavam presentes dois peritos médicos, ou seja, está se fazendo também a capacitação dos médicos peritos para a humanização desse serviço. A criança não precisa reviver os traumas, por isso é importante a capacitação desse servidor que irá atender essa criança. Sabemos da importância do laudo de constatação da violência para que haja a devida punição do agressor”, disse.
Dra. Christie disse ainda que existe a intenção de que o departamento de polícia técnica tenha o médico perito no espaço físico da Escuta Protegida, para fazer o atendimento. “Iremos passar essa demanda para o Estado para resolver o mais rápidos possivel”, disse.
Sobre a humanização no antendimento do DPT, a Prefeita Sheila Lemos também se manifestou. “O diálogo é muito franco, com os parceiros. Dr. Fabiano Aurich, é um grande parceiro, Dra Rosilene, Dra Cristie, o judiciário também. É um pedido que é de todos, não apenas do Executivo, é um pedido da comunidade, para que tenham essa sensibilidade. Foi como Dra Rose falou, não necessariamente ter uma perita mulher, pode ser um homem, mas que tenha a sensibilidade para atender crianças e adolescentes, de uma forma mais humanizada, pois esta criança se sente constrangida de ir no local onde tem outras pessoas, então esse atendimento tem que ser diferenciado. Nosso desejo é que esse atendimento seja feito aqui no Complexo”, disse.
Sheila Lemos disse que sonha ter o espaço ampliado, para que tenha delegacia e perícia, mas precisa de recursos. “Construir não é fácil, mas é muito mais difícil manter o equipamento funcionando. Nosso Complexo aqui foi um investimento de 600 mil reais na construção, mas ele custa muito mais que isso para ser mantido a cada ano. O governo do Estado e o Federal podem entrar, já entramos em contato com a Unicef, com a Childhood, pra ver se a gente consegue recursos, inclusive internacionais”, afirmou à nossa reportagem.
O secretário de Desenvolvimento Social, Michel Farias, disse que já existe o projeto de ampliação do complexo de escuta protegida, bem como reuniões com os profissionais da polícia civil, para capacitá-los e evitar a revitimização dos menores. “Estamos aventando a possibilidade que os profissionais do DPT venham atuar dentro da estrutura do Centro Integrado dos Direitos da Criança e do Adolescente, a partir de um projeto de ampliação, para abrigar tanto uma delegacia especializada de apuração de crimes contra a criança e o adolescente, como uma estrutura para um núcleo especializado de psicologia (SUS), uma estrutura que pudesse abrigar o DPT. Já finalizamos o projeto estrutural e agora estamos na fase da captação de recursos. Estamos em contato com a Unicef e a Childhood para que isso seja financiado por órgãos internacionais”, revelou.
Também participaram do lançamento da campanha, o promotor da Vara da Infância e da Juventude, Marcos Coelho, a delegada Rosilene Correia – representantes dos sistemas de Justiça e de Segurança Pública, respectivamente –, as representante dos conselhos tutelares, Daiane Costa e Elaine Cristina Melo, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), além de membros do CMRPC.