Após diversos desentendimentos e até uma Nota de Repúdio contra o Secretaria Municipal de Saúde, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) e a prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos, tiveram, na manhã desta segunda-feira (19), a primeira reunião do ano, para tratar das demandas da entidade e avaliar os encaminhamentos dados à Saúde do município. A prefeita recebeu, no gabinete, os membros do CMS, acompanhados da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores.
Sheila Lemos destacou a importância do Conselho de Saúde e afirmou que é compromisso da gestão fortalecer a política de diálogo e parceria com as diversas entidades de representação social de Vitória da Conquista.
“Reafirmamos que o diálogo é o melhor caminho para se resolver todos os problemas. Vamos ouvir e buscar trabalhar em parceria com o Conselho de Saúde e com todos os conselhos do município, para que a gente consiga continuar realizando uma gestão voltada para as pessoas”, ressaltou a prefeita.
A presidente do CMS, Lúcia Dórea, avaliou o encontro – que teve também a presença da secretária da Saúde, Ramona Cerqueira, e do chefe do Gabinete Civil, Lucas Dias – como positivo: “A prefeita nos recebeu com muito compromisso, assumindo aqui, com todos nós, o compromisso de que o conselho será ouvido e respeitado nesta gestão.”
A vereadora Márcia Viviane, da Comissão de Saúde da Câmara, manifestou opinião semelhante sobre a conversa e o posicionamento do governo municipal. “A reunião foi extremamente positiva. Um importante momento, em que o conselho vem apresentar para a gestora municipal a importância do papel do controle social”, comentou Viviane.
Reunião sinaliza uma reaproximação do CMS
O Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Vitória da Conquista, após sessão ordinária do dia 20/01/2021, aprovou uma nota de repúdio contra a Secretaria de Saúde de Vitória da Conquista por conta da confusão que resultou na não vacinação de diversos profissionais de saúde do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), que atuam na linha de frente da covid-19, mesmo estes tendo enfrentado horas de fila.
“Repudiamos a estratégia e a condução atabalhoada e inadequada dada pela SMS aos trabalhadores e trabalhadoras de saúde, na primeira etapa de vacinação contra o coronavírus, obrigando-os ao deslocamento de seus postos de trabalho e ao confinamento a uma fila quilométrica, aventurando-se, sem qualquer garantia da vacinação”, dizia a nota.
Na época, o CMS também acusou a atual gestão municipal de utilizar a “burocratização como cortina de fumaça para esconder a inoperância técnica da gestão, que se mostrou no seu estilo mais perverso, injusto e humilhante para com quem se dedica a cuidar da vida de seres humanos, pois a ausência de gestão de pessoas comprometeu o planejamento da logística, passando a imperar a excentricidade de quem manda sob a égide da vaidade do exercício frugal do cargo”.
O CMS afirmou também que o governo municipal o ignora e negligencia o SUS, optando “pelo comezinho jogo de notícias falsas que cria a cortina de fumaça para escamotear suas debilidades técnicas em operar o SUS, permitindo a perda irreparável de mais de 250 vidas ceifadas pela COVID-19, causado dor e sofrimento as famílias conquistenses e da região sudoeste”, disse ainda que os membros do governo Herzem Gusmão (MDB) e Sheila Lemos (DEM), “são exímios construtores de narrativas sofismáveis, escola do radialismo pobre que barateia conceitos caríssimos para a manutenção da democracia, das liberdades sociais, das ciências a serviço da emancipação da humanidade em nome de um obscuro medievalismo negacionista, com base no religiosíssimo ultraconservador a serviço da extrema-direita que vem a todo custo sucateando, cortando e desviando recursos públicos do SUS para interesses privados que fere a soberania e autodeterminação do povo brasileiro”