Operação Lesa Pátria da PF também cumpre mandados de prisão na Bahia
A Polícia Federal cumpre 16 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva nesta quinta-feira (17) em uma nova fase da operação Lesa Pátria. O foco, mais uma vez, são suspeitos de financiar e incentivar os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Segundo a PF, há mandado para cumprir na BA, DF, GO, PB, PR e SC. Nova fase da Lesa Pátria mira suspeitos de fomentar ‘Festa da Selma’, codinome usado por golpistas para organizar os atos.
‘Festa da Selma’
A PF afirma que “o termo ‘Festa da Selma’ utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos”.
“Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam, ainda, termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído”, prossegue a descrição dos investigadores.
Os presos da operação
A TV Globo apurou que um dos presos é o pastor Dirlei Paiz, de Blumenau (SC). Em redes sociais, ele aparece em fotos ao lado de Jair Renan, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e com placas pedindo “intervenção federal”.
No Distrito Federal, a PF prendeu Isac Ferreira, que se apresenta em redes sociais como “gerente” e vende cursos.
Em pelo menos dois posts na rede social X (Twitter), ainda disponíveis, Isac usa o termo “Festa da Selma” em referência aos atos golpistas.
Em Goiânia, foi presa a cantora gospel Fernanda Ôliver – que ficou conhecida por cantar em acampamentos bolsonaristas ilegais montados em frente a quartéis-generais do Exército após as eleições.
A cantora gospel e “musa” Fernanda Ôliver
Fernanda Ôliver é uma cantora gospel conhecida por se tornar a “musa” das manifestações dos atos golpistas de 8 de janeiro, que começaram com acampamentos em frente ao Quartel General do Exército em Brasília. Ela chegou a gravar o “hino das manifestações“, e acumulava 134 mil seguidores nas redes sociais, mas desativou o perfil no Instagram após o começo das ações das forças de segurança.
Muitos dos trechos das invasões ao Congresso Nacional foram, inclusive, registrados por Ôliver durante as lives que fazia no Instagram.
“E por Deus pela pátria , família eu vou lutar /Então eu me levanto / Levo meu povo comigo / Juntos estamos indo / Pra um lugar melhor”, cantava Fernanda.
Na Paraíba, a PF prendeu Rodrigo Lima, que se apresenta nas redes sociais como “gestor público”. Ele também publicou mensagens em redes sociais falando da “Festa da Selma”, dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro. Veja:
O ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou a operação em uma rede social.
“Polícia Federal executando hoje mais mandados judiciais relativos às investigações sobre os atos golpistas perpetrados em 8 de janeiro. Justiça necessária para que atuem as funções repressivas e preventivas que o Direito Penal exerce”, escreveu. (G1)