Radialista de Vitória da Conquista afirma que foi induzido ao erro pelo PT após polêmica com inserções

Uma polêmica envolvendo a não veiculação da campanha do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) também atingiu Vitória da Conquista após o diretor da Rádio Clube, Washington Rodrigues, afirmar que o veículo não colocou no ar as inserções do candidato por ter sido induzido ao erro pela campanha do Partido dos Trabalhadores (PT). As afirmações foram ao ar no programa JP Urgente, da TV Jovem Pan, na quarta-feira (26).
De acordo com o radialista, a Rádio não veiculou as inserções por 12 horas, entre a última sexta-feira (20) e sábado seguinte (21), porque supostos e-mails enviados pela campanha do candidato Lula (PT), informavam que o ex-presidente teriadireito de resposta concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Semana passada teve a decisão do TSE, dando direito de resposta a campanha do Lula, em seguida veio uma decisão da ministra, suspendendo esse direito de resposta. O que aconteceu conosco, especificamente, e em outras rádios porque como expliquei o PT tem um e-mail que eles enviam para as rádios. Ele mandou um e-mail para as rádios dizendo que o direito de resposta tinha que ser veiculado, nós questionamos aqui que havia uma suspensão, e eles disseram que não, que essa suspensão só valia para TV e não para rádio. Nós continuamos insistindo na suspensão. Quando chegou na sexta-feira eles mandaram todo material de direito de resposta, o mapa, tudo certinho, e o pessoal da operação, que estava na dúvida se colocava ou não, acabou sendo induzido ao erro porque o material do Bolsonaro demorou a chegar. E o que que o pessoal do operacional entendeu: Quando não vem o material do Bolsonaro, lá do site do TSE, é porque é para colocar o direito de resposta”, disse o radialista.
Rodrigues disse ainda que, assim que percebeu o erro, foi até o Ministério Público, onde prestou depoimento e entregou a documentação comprobatória da possível fraude. Assim que o erro foi percebido, as campanhas do Partido Liberal, responsável pela campanha bolsonarista, foram colocadas no ar.
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A campanha de Jair Bolsonaro pediu ao TSE que investigue rádios que deixaram de veicular as inserções da campanha do atual presidente. Todavia, a Rádio Clube não figura entre os veículos mencionados.
Procurada pelo Blog do Caíque Santos, a Rádio Clube não respondeu a qualquer solicitação de entrevista e não enviou um posicionamento acerca das declarações feitas pelo diretor do veículo.
Posicionamento do PT
O presidente municipal do PT, Isaac Bonfim, afirmou que o erro se deu em virtude do que chamou de “incompetência” da emissora e de seu diretor.
“A responsabilidade de envio das mídias que serão veiculadas nas emissoras de rádio e tv em todo o país, assim como a fiscalização da veículação desse material, é de total responsabilidade das campanhas. É de conhecimento de toda sociedade conquistense a forma como a Rádio Clube tem abordado diversos temas políticos em todas as esferas e, mais uma vez, não conseguem provar as afirmações e reiteradas acusações contra o Partido dos Trabalhadores. Se houve algum erro na veículação de propaganda eleitoral gratuíta de alguma candidatura, a incompetência é da rádio e do seu diretor. O Partido dos Trabalhadores lamenta que o atual diretor da rádio, o mesmo que já agrediu professoras em programa ao vivo, tenha agora realizado tentativa de tumultar as eleições ao usar um serviço de concessão pública para defender o candidato de sua preferência ao acusar sem provas a campanha do PT pela sua incompetência”, reiterou.
Polêmicas
Em março desse ano, Rodrigues, juntamente com o radialista Humberto Pinheiro, estiveram envoltos em uma confusão que culminou na expulsão de duas professoras, que pertencem à diretoria do Sindicato do Magistério Municipal de Vitória da Conquista (Simmp), da sede da emissora em plena entrevista.
A presidente do sindicato, Elenilda Ramos, e a vice-presidente, Greissy Reis, foram interrompidas pelos apresentadores, e uma discussão começou quando os apresentadores tentavam defender o presidente Bolsonaro.
Após a situação, protestos foram feitos na porta da Rádio e uma moção de repúdio foi aprovada pela Câmara de Vereadores. O apresentador Humberto Pinheiro foi afastado, mas retornou meses depois.