Edson Gomes e convidados marcam a volta dos eventos na Concha do Centro de Cutura
“Edson Gomes é sem dúvida o maior nome do reggae nacional”. A frase foi dita por um fã, assim que terminou a apresentação do ícone baiano, na noite deste domingo (09) em Vitória da Conquista. Apresentações vibrantes marcaram a volta triunfal, pós pandemia, de um espaço que se confunde com a história da nossa juventude: a Concha Acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima.
Pela segunda vez, Edson Gomes veio com o filho, Jeremias Gomes, trazendo o show “Tal Pai, Tal Filho”. O evento foi aberto com a discotecagem de Paulinha Chernobyl, nome artístico da jornalista Ana Paula Marques, que também é produtora cultural conquistense.
Logo depois, o reggae bateu forte. Pedro Beydoun, vocalista da Tribo de Jah, deu início a maratona. Beydoun também segue a trilha do pai, Fauzi Beydoun, líder, guitarrista e compositor da cultuada Tribo de Jah. Encantado com o carinho da galera de Conquista, o cara não resistiu e acabou descendo do palco e se juntando ao povo, para dançar e cantar junto.
Ainda antes do ápice, a temperatura subiu mais ainda, quando a musicalidade, irreverência e ousadia do grupo conquistense Complexo Ragga transformou a Concha em um imenso “Sound System”.
Percussores do segmento Ragga Dancehall Reggae, os MC’s Alien’Sapien e Supremo, juntamente com o DJ Loro Voodoo, mostraram toda sua experiência no cenário independente, consolidada via grandes vertentes da Reggae Music e Hip-Hop no Brasil. “Sensimilla”, “Ragga Nordeste” e “Satélite” já se tornaram clássicos e não faltaram no show.
Pouco mais das 20h00, Jeremias Gomes sobiu ao palco, com a tarefa implícita de conter a ansiedade dos alucinados fãs do seu pai e mostrar que tem seu brilho próprio. E deu conta do recado. Jeremias Gomes fez uma apresentação, sem o pai, por mais de 01 hora, com um repertório formado por músicas autorais e alguns covers. Além do DNA regueiro, provou que tem estilo, carisma e espaço demarcado.
Então, eis que chega o momento mais esperado. O “professor”, como ouvimos um produtor referir-se a Edson Gomes no camarim, entra para dar uma aula de talento. Uma catarse generalizada uniu naquele momento, um público de diversas faixas etárias, pais e fihos inclusive.
A magia do reggae espalhava seu poder colorido, sob a maviosa voz do nosso Rei do Reggae, que já entrou escoltado pelos inconfundíveis acordes de “Camelô”. Sem errar nada, a galera cantou a letra inteira e o “professor” aprovou. O show já começou com um grande momento. Simplesmente emocionante. Daí em diante foi um desfile de seus maiores hits e muita festa. Edson Gomes mostrou uma vitalidade impressionante, com muita técnica vocal e bem servido por músicos super bem entrosados.
No final, os rostos sorridentes que saiam da Concha do Centro de Cultura, refletiam mais que a luz da tarde do domingo e parafraseando um cássico eternizado por Elis Regina, levavam consigo um “brilho de aluguel”.
Foi um domingo de reggae, um dia de encontros e abraços. Um dia de celebração entre pais e filhos.
Texto e fotos: Caique Santos