O governador foi categórico ao dizer que o Carnaval só será liberado se o número de contaminados cair e o de vacinados aumentar. Ele disse que só vai liberar a maior festa de aglomeração do mundo, se estiver seguro que isso não causará danos à saúde pública e que até o momento, isso não vem acontecendo de forma segura. Rui Costa disse que a ainda é cedo para decidir e que toda uma cadeia econômica depende de tão importante decisão.
“Se eu anuncio, olha, VAI TER CARNAVAL e a situação degrada, piora, lá pro mês de dezembro eu vou anunciar TÁ CANCELADO O CARNAVAL, aí eu vou receber uma enxurrada de críticas e de processos judiciais dizendo: ‘O Estado me autorizou a comercializar, a fazer contratos e agora e agora cancelou, então o Estado tem que ressarcir meus prejuízos porque foi o próprio Estado que me autorizou a fazer os contratos’. Se eu anuncio NÃO VAI TER e aí de repente acontece o que a gente quer, o povo vai se vacinar, todo mundo corre pra se vacinar e em dezembro a doença cai, aí vão dizer, ‘ó Governador, a doença caiu, por que não vai ter carnaval?’ “, disse Rui.
“Se o número de contaminados não cair e ao contrário, subir, é impossível ter Carnaval”, afirmou, e ainda convocou os donos de blocos e artistas a fazerem campanha em suas redes sociais para que as pessoas tomem as vacinas.
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O Prefeito de Salvador Bruno Reis (DEM) é a favor da liberação do Carnaval e tem tentado flexibilizar o posicionamento de Rui.
Perguntado sobre pesquisas que indicariam que a população de Salvador seria contra a realização do Carnaval, Bruno rebateu dizendo que a prefeitura também realiza levantamentos e que, neles, o público que se envolve na folia seria amplamente favorável ao retorno da festa.
“Eu também fiz pesquisa. Tenho feito. Na minha pesquisa, por exemplo, quando você ouve os jovens que participam do Carnaval, dos eventos, a ampla maioria é a favor da realização. O que a gente tem que levar em consideração são os milhares de empregos que são gerados. É visível a dificuldade que as pessoas estão passando nas ruas”, declarou o prefeito.
Bruno Reis lamentou o grande número de pessoas em situação de rua em Salvador e revelou uma grande procura da população pelo novo Auxílio Brasil, que deve substituir o antigo Bolsa Família. Segundo ele, a retomada dos tradicionais eventos de verão na cidade pode gerar renda para a população menos abastada.
“É tradição da nossa cidade. Toda a estratégia de promoção da nossa cidade, desde a sua existência, foi pautada nesses grandes eventos que giram nossa economia e atraem milhares de turistas. Então é importante para gerar renda. Estamos preocupados com isso. Mas é óbvio, colocando a vida em primeiro lugar, tendo condições sanitárias, vendo o que está acontecendo”, pontuou o prefeito.
O alcaide comparou Salvador com outras cidades do país, que já anunciaram a realização das festas de verão, como São Paulo e Rio de Janeiro. Mas ponderou que continuará exigindo comprovante de vacinação para acesso às festas.
“Aqui, a gente quer fazer com controle [de público], exigindo [segunda dose da vacina contra a Covid]. É óbvio: não dá para controlar 100% o acesso ao Carnaval, mas no Réveillon já daria. Cumprindo os protocolos, com cuidado, e tendo a segurança necessária, sendo possível fazer, é importante para nossa economia, para ajudar milhares de pais e mães de família que dependem desse trabalho”, afirmou Bruno Reis.
Por fim, o prefeito de Salvador defendeu a manutenção da obrigatoriedade do uso de máscara na cidade. Para ele, a retirada da obrigação deve ser a última medida a ser tomada em relação à pandemia da Covid-19.
“Retirar a máscara é a medida última. Eu prefiro ter a perspectiva de realizar o Réveillon, o Carnaval, outros eventos, do que tirar a máscara. A máscara, está mais do que comprovado, é a ferramenta mais eficiente para o enfrentamento à pandemia. Eu só cogito retirar a máscara em Salvador após a imunização completa de todos os públicos alvos”, finalizou.